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Fevereiro 2022 – Carta Renda Fixa
Entenda como foram as movimentações do mercado de renda fixa em fevereiro e saiba como foi o desempenho dos nossos fundos.

O Mercado de Renda Fixa

Apesar de ser um mês curto, em fevereiro tivemos bastante volatilidade do mercado de juros, fruto de uma combinação de diferentes eventos, locais e globais. No Brasil, na reunião mais recente do COPOM, a entidade monetária seguiu o caminho já projetado pelo mercado, subindo os juros em 1,5% p.p, resultando em uma Selic de 10,75%. A leitura inicial do mercado foi de um tom mais leve, principalmente pelo aumento da importância do olhar para a meta de inflação de 2023 em detrimento de 2022, onde as prescrições já adotadas de política monetária teriam mais efeitos, o que resultou em um recuo das taxas. Na semana seguinte o cenário foi revertido, após a divulgação da ata desta reunião e declarações feitas por Bruno Serra (Diretor de Política Monetária do Banco Central) em um tom mais hawkish. Projeções no geral, foram revisadas, para um cenário de mais duas altas de juros, já que levando em consideração o cenário de risco, o Banco Central enxerga a inflação acima da meta para o próximo ano.

Além disso, a volatilidade nos preços do petróleo segue impactando a curva de juros local, principalmente nos vértices mais curtos. A trajetória já altista da commodity provocada pelas mudanças das matrizes energéticas globais, foi intensificada após a escalada do conflito entre Rússia e Ucrânia, levando o petróleo a atingir patamares acima de 100 dólares por barril. Ainda, as dúvidas sobre o nível de oferta de grãos e fertilizantes intensificaram os preços agrícolas nos mercados internacionais, o que acabou repercutindo na curva de juros local.

O cenário externo é bastante desafiador, mas no curto prazo, temos observado um fluxo positivo para Brasil.

No mês, tivemos um aumento dos vértices curtos e intermediários da curva, provocados por uma extensão do processo de subida de juros por parte do COPOM e pelas pressões inflacionárias proveniente dos preços de commodities. Tivemos um recuo na parte mais longa da curva local, fruto de uma percepção positiva a respeito da ancoragem das expectativas de inflação para 2023, após BC mais duro, apreciação cambial e um aumento do fluxo comprador.

O resultado do IPCA para janeiro veio em 0,54%, número marginalmente melhor do que o projetado por grande parte do mercado. O resultado foi puxado por números fracos no setor de transportes e serviços. Por outro lado, os bens industriais seguem pressionando o índice. Apesar desse número de headline, os núcleos seguem deterioradas, o que provocou uma revisão altista para o índice em 2022 por parte dos agentes de mercado.  Já o IPCA-15 para fevereiro apresentou leitura muito pior do que o projetado, avançando 0,99%, com os bens industriais pressionando novamente.

As discussões sobre o cenário fiscal no Brasil ficaram relativamente comportadas, dado que as resoluções a respeito dos cortes de impostos sobre combustíveis ficarão para depois do carnaval.

No cenário externo, tivemos uma leitura de CPI pior do que o projetado nos Estados Unidos, com o resultado em 12 meses avançando 7,5%. Um cenário inflacionário mais persistente no país vem resultando em um aumento significativo nas expectativas de avanço nos juros norte-americano, com a Treasury de 10 anos atingindo um nível superior a 2%.  Tal persistência também tem gerado um debate sobre a velocidade do aumento de juros por parte do FED, que não se encontra em consenso. Com isso, parte do mercado já projeta algo entre 5 e 6 aumentos de juros durante o ano, com uma probabilidade, ainda que fora do consenso, de um aumento em 50 bps na reunião de março.

Como principal evento no cenário global, tivemos a escalada de tensões no conflito entre Rússia e Ucrânia. A questão avançou de forma rápida nos últimos dias do mês, resultando em conflito armado entre os países e uma marcha russa em direção a Kiev. O consenso até então é de que a Rússia não possui intenção de anexar o território, e sim depor o atual governo em prol da instauração de um novo regime pró-Rússia, além da desmilitarização da Ucrânia. Até o momento, não sabemos quais serão os impactos causados pelo confronto e suas dimensões, porém esperamos um cenário de inflação global mais persistente, principalmente pelo fato de a Rússia ter participação bastante relevante na produção de commodities, tais como petróleo, gás natural, paládio, alumínio, titânio e trigo.

Já em relação ao mercado de crédito privado local, podemos observar uma quantidade significativa de emissões no primeiro bimestre do ano, porém aquém dos volumes apresentados no último trimestre de 2021. Após o movimento de ajuste dos spreads de crédito no mês de janeiro, vemos uma forte demanda compradora por ativos de crédito privado, com destaque para os com indexador CDI+. O primeiro movimento de forte demanda foi concentrado nos papéis AAA, que fez com que os spreads fechassem em níveis inferiores ao do início do ano. Demanda também é forte para ativos AA e A, com spread de ambas as classes retornando para os níveis iniciais de 2022. Para o próximo mês, enxergamos a continuidade desse movimento, dado que o fluxo de captação para renda fixa segue constante.

 

BUTIÁ TOP CRÉDITO PRIVADO FIC FIRF

Em fevereiro, o BUTIÁ TOP CRÉDITO PRIVADO FIC FIRF apresentou rentabilidade de +0,87 (115,76% do CDI). Nos últimos 12 meses, o fundo acumula retorno de +6,69% (118,35% do CDI). O carrego bruto no final do mês foi de CDI + 1,76%, e a duration de 1,93 anos.

O fundo vem apresentando retorno consistente, mesmo diante de variações significativas da curva de juros. Esse desempenho reflete a gestão ativa e consistente nos fundamentos de crédito, refletido na contribuição positiva da MTM na performance, como também pelos movimentos táticos de rotação da carteira. No mês de fevereiro, como uma forma de amortecer a volatilidade da curva de juros sobre os ativos do fundo e reduzir a concentração no setor financeiro, nós zeramos a posição em LFSC da Caixa Econômica, o que acabou resultando em uma contribuição positiva marginal para a cota. Aproveitando o forte fechamento dos spreads no mês, também encerramos a posição do fundo nas debêntures de Eneva e AES Brasil. Na ponta compradora, alongamos marginalmente nossa posição em Cosan, que apresenta uma boa relação risco x retorno.

 

BUTIÁ TOP ICATU SEG PREVIDÊNCIA FIRF CP

Em fevereiro, o BUTIÁ TOP ICATU SEG PREVIDÊNCIA FIRF CP apresentou rentabilidade de +0,90% (119,84% do CDI). Nos últimos 12 meses, o fundo acumula retorno de +6,91% (122,11% do CDI). Ao final do mês, o carrego bruto foi de CDI +1,90% e a duration de 2,59 anos.

Fevereiro foi um excelente mês para o fundo, que se beneficiou do movimento de fechamento de spreads, reforçando a assertividade da nossa seleção de ativos.  O movimento manifesta o momento comprador para o mercado de crédito privado, reflexo dos fluxos de captação na renda fixa, que acabam pressionando os spreads.

Além da Mtm sobre a alocação e ajustes pontuais de posições e liquidez, o que também contribuiu de forma significativa para a performance do fundo, foi a venda pontual de LFSC ABC, movimento tático que auxiliou consistentemente a performance no mês.

 

BUTIÁ PLUS FIRF CRÉDITO PRIVADO FIC FIRF LP

Próximo ao seu primeiro aniversário, o BUTIÁ PLUS FIRF CRÉDITO PRIVADO FIC FIRF LP apresentou rentabilidade de +0,84% (112,46% do CDI). Desde o seu início*, o fundo acumula retorno de +6,93% (127,74% do CDI). Ao final do mês, o carrego bruto foi de CDI +2,31% e a duration de 2,04 anos.

O fundo Plus, com sua estratégia moderada, vem apresentando consistente retorno aos investidores, desde a sua criação. A nossa carteira tem apresentado um bom carrego e dadas as incertezas que rondam o cenário econômico, de forma defensiva temos mantido uma duration relativamente curta..  No mês de fevereiro não realizamos movimentações significativas no portfólio. No mês, foi adicionado à carteira um FIDC lastreado precatório federal, operação com histórico consistente e que tem a política de crédito restritiva a precatórios alimentícios e de baixo ticket, o que garante a prioridade no orçamento federal e provou-se um ativo de excelente carrego dada a qualidade da operação.

*Início do fundo: 01/04/2021

 

BUTIÁ DEBÊNTURES FUNDO INCENTIVADO INFRAESTRUTURA RF LP

Em fevereiro, o BUTIÁ DEBÊNTURES FUNDO INCENTIVADO INFRAESTRUTURA RF LP apresentou rentabilidade de 0,37%. Nos últimos 12 meses, acumula retorno de +5,12% (1). O yield da carteira encerrou o mês em 6,15%, o que representa um prêmio de 0,55% sobre a ETTJ (Estrutura a Termo de Taxas de Juros de mesma duration da carteira), a duration ao final do mês era de 5,15 anos.

Tivemos novamente um mês repleto de volatilidade no mercado de juros real, o que resultou em grandes variações de retorno durante o mês. Desde o ano passado, seguimos com o processo de rotacionar parte relevante da carteira, migrando para posições que apresentem um melhor prêmio em relação a ETTJ, sem modificar significativamente a duration do portfólio.

Alocamos de forma pontual em uma debênture de Movida, incorporando ao fundo um spread de NTN-B 2030 + 2,43%, além de um ganho gerado pelas condições de negociação papel no mercado secundário. Alocações como essa, correspondem a um pequeno book de debêntures não incentivadas, onde enxergamos na estratégia, a possibilidade de incrementar o carrego sem renunciar às características regulatórias do fundo, mantendo elevada a qualidade do crédito.

Também na ponta compradora, alocamos em Brisanet e em uma recente emissão de Energisa Mato Grosso, com ambos os papéis apresentando uma boa relação entre risco x retorno. Realizamos também um aumento marginal em Autopista Litoral Sul. Já em relação a emissões primárias, participamos da oferta de CCR, que veio a mercado com um bom prêmio dado a qualidade do crédito.

Como funding parcial para as alocações citadas acima, nós desinvestimentos das debêntures de Light e Cemig, após ambos os papéis passarem a negociar com spread negativo em relação a suas respectivas NTN-Bs de referência.

(1)Títulos com remuneração baseada em índices de preço, como IPCA, podem ter o valor financeiro alterado retroativamente, devido à substituição da variação projetada do índice pela variação oficial.

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